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Paixão: O sumo da Maçã invencível

Nem todos os anos foram anos de boa colheita para a Apple. Mas nesta última década, a empresa descolou e ultrapassou todas as expectativas. A Fast Company de Julho 2010 não hesitou em colocar como tema de capa The Invencible Apple. No artigo, a revista destacou a força da marca, o nível de serviço, o envolvimento com os clientes e o culto que se gerou em torno daquela que é hoje a maior empresa de tecnologia do mundo (e a segunda maior cotada, atrás da Exxon Mobil).
Mas, estas características são apenas a parte visível de um exemplo único da gestão atual… É,  impossível falar ou escrever sobre a Apple sem lhe associar o nome de Steve Jobs. Um líder com um carisma que poucos conseguem alcançar (o mais próximo nas empresas tecnológicas será, talvez, Jeff Bezos da Amazon.com, embora com características muito diferentes), que deixará para sempre uma marca na Apple e através dela, uma marca também no mundo.

Jobs é insubstituível.
Para conseguir o que ele conseguiu é preciso ter uma enorme paixão, espelhada no email que enviou em Janeiro aos colaboradores da Apple, quando informou sobre a sua baixa médica:

(…)
I love Apple so much.
(…)


Steve

Só com este tipo de energia é possível superar todas as dificuldades empresariais e pessoais que enfrentou ao longo destes anos.
Agora, que voltou a ausentar-se mais uma vez por problemas de saúde, há quem tenha dúvidas se a “Maçã” continuará a dar o bom sumo que tem dado? Tranquilizem. A Apple está com um forte avanço face aos principais concorrentes, não apenas em termos de produtos no mercado, mas também em investigação e desenvolvimento que são a garantia de boas colheitas nos próximos anos.

Tim_CookTim Cook, COO da Apple, voltou a estar no dia-a-dia da gestão (substituindo pela terceira vez Steve Jobs), vai certamente tentar antecipar alguns dos produtos e projetos da Apple.
Cook está na Apple desde 1998 e é o grande responsável pela excecional performance operacional da empresa. Foi ele que redesenhou e implementou todo o modelo de produção e distribuição (que era um dos pontos fracos), que se traduziu não só em resultados extraordinários, mas também na criação de vantagens competitivas únicase quase impossíveis de atingir pelos concorrentes.

A performance da Apple é visível na sua faturação e nos seus lucros crescentes e sustentados. No ano fiscal de 2010, facturou 65 mil milhões de dólares e, no último trimestre (primeiro do seu ano fiscal), apresentou um aumento de 70,5% nas receitas e 77% nos lucros face ao período homólogo, o que é impressionante, e julgo que único, para uma empresa da dimensão da Apple.

Tim Cook não é um visionário como Steve Jobs, mas em doze anos de trabalho conjunto terá aprendido o suficiente para lhe seguir as pisadas. Na última apresentação de resultados trimestrais, foi com um tom sarcástico que se referiu aos tablets com sistema operativo Android, apelidando-os de “dispositivos bizarros” mostrando que já apanhou o registo de Jobs no que respeita a baralhar o mercado.

Tim Cook é o natural sucessor de Steve Jobs na Apple, mas nem sempre nas organizações estas escolhas são processos racionais, lógicos ou justos. E há outros nomes a aparecerem na lista…

Steve Jobs colocou a Apple com o estatuto de invencível e faço votos para que regresse em breve, e continue a surpreender durante muitos anos com a sua paixão.

Veja o video de Steve Jobs em 1997, a explicar a importância do valor das marcas e a apresentar a campanha “Think Diferent”