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Amazon Kindle: Do E-reader ao tablet Fire [Video]

Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, apresentou ontem em Nova York a nova gama de E-readers Kindle e uma novidade já esperada, um tablet: Kindle Fire.

Veja o video de apresentação:

A nova gama de Kindles, já está disponível para pré-reserva com entregas a partir de 15 de Novembro.

Os novos E-readers com preços entre os 79 e os 149 dólares, apresentam algumas novidades face aos anteriores: ecrã touch e colunas de som incorporadas, permitindo para além da leitura e compra de eBooks e jornais a novidade é possibilidade de audição e compra de músicas na Amazon MP3.

O Kindle Fire, é a entrada da Amazon na “guerra” dos tablets.

Veja o video de apresentação do Kindle Fire:


A Apple com o iPad é líder mundial nos tablets, e continuará a ser.  Jeff Bezos sabe disso, o que justifica uma abordagem da Amazon muito diferente de outros players neste mercado.

Onde não vale a pena desafiar a Apple é no equipamento (hardware). A Apple é geneticamente uma empresa de hardware, e a sua competitividade na relação preço/qualidade do iPad são neste momento imbatíveis. E por isso, a opção acertada de Jeff Bezos em fazer um tablet com o sistema operativo Android do Google (mas que está muito bem disfarçado) e uma forte e diferenciadora aposta nos conteúdos.

Jeff Bezos, sabe que o conteúdo vai continuar a ser Rei na Era Digital, e a Amazon já distribui conteúdos (eBooks, música, filmes, jornais, revistas e recentemente aplicações para o sistema operativo Android), associado aos serviços de alojamento e sincronização na nuvem (cloud computing) que integrado com as suas aplicações colocam a Amazon a competir de igual para igual com a Apple.

Assim, o Kindle Fire não precisava de ser uma cópia do iPad. O objectivo é aumentar as vendas on-line de conteúdos digitais, é este o core de negócio da Amazon, e Jeff Bezos não se distrai a tirar os “olhos da bola”, como acontece com muitos…

Por isso, o Kindle Fire é um tablet simples, apenas com wi-fi e sem câmara nem microfone (veja as características técnicas aqui), a um preço imbatível: 199 dólares (147 euros).

E o mercado, percebeu o impacto positivo das novidades apresentadas hoje e as acções da Amazon (NASDAQ: AMZN) fecharam a sessão a cotar nos 229,71 dólares, a subir 2,45% em tendência contrária ao índice NASDAQ que desceu 2,17%.

A Apple tem razões para estar preocupada? Sim, é um “pontapé nas canelas”. Não pelo equipamento em si, mas pela integração de conteúdos e serviços que vai disponibilizar.

E a Samsung, Sony, HTC, Motorola, RIM, Lenovo, etc? Sim, é um verdadeiro “Soco no estômago”. O Kindle Fire pode mesmo fazer “arder” alguns destes players no mercado dos tablets.

E a Microsoft? O gigante está adormecido! O anunciado sistema operativo Windows 8, que podia ser o “pão para a boca” de muitos fabricantes de hardware neste mercado dos tablets só vai ficar disponível para meados de 2012… quantos vão “arder”? E depois de o Google concretizar a compra da Motorola? Steve Balmer, o “funil” está a apertar e se o objectivo é ficar na “Liga dos Campeões”, era melhor “comprar ontem” a RIM, a Hulu, o Spotify e a Lulu.

E o Google? Deve estar confuso… ora o sistema operativo Android está no Kindle Fire, isso é bom… para a Amazon que o adaptou à sua maneira e não teve que pagar licenças pois é gratuito. No limite, a Amazon vai promover venda de aplicações Android na sua loja, isso vai dar receitas aos developers e … à Amazon 🙂
Bem, mas o Google, afinal é uma empresa cuja maior fonte de receita é a publicidade. Pode ser que os editores e developers incluam as nossas soluções de publicidade… A Amazon, também já está neste negócio de publicidade (de forma tímida, mas com um “pé na porta”).

Certamente, que na cabeça de Larry Page, Sergey Brin, Eric Schmidt e até mesmo Jeff Bezos pode haver vontade de “namorar” para mais tarde “casar” 😉
Vale a pena recordar, que Jeff Bezos foi um dos investidores inciais do Google com um investimento de 250 mil dólares…

Quase que me esquecia de uma novidade! O browser para o Kindle Fire o Silk, um browser super-rápido que aproveita todo o poder da “nuvem” da Amazon 🙂
Esta “novidade” foi certamente a que mais chateou o Google.
Ora, achavam que o Jeff Bezos ia dar Cookies ao Chrome? E o poder do CRM e data mining da Amazon ao qual sempre nos habituámos? 🙂

É expectável que o Silk em breve esteja disponível para outros sistemas operativos (Windows, MacOS e iOS).

Veja o video de apresentação do Silk:

 

 

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  1. Nas palavras de Bezos à revista Wired há um ano atrás:

    “The number one app for the iPad when I checked a couple of days ago was called Angry Birds — a game where you throw birds at pigs and they blow up. The number one thing on the Kindle is Stieg Larsson. It’s a different audience. We’re designing for people who want to read.”

    Com o Kindle Fire, a Amazon alarga um pouco o seu target, junta outros conteúdos (filmes) à literatura, e abre a porta aos Angry Birds e à internet. Criaram talvez um tablet perfeito, no sentido em que com tecnologia menos potente conseguem reproduzir o essencial do iPad, a metade do preço, é uma espécie de tablet “light”. Gosto muito do meu Kindle 3 que me custou há um ano o preço de um Kindle Fire e mais depressa compro agora um Fire do que um iPad 1 ou 2.

    Enquanto os tablets continuarem a ser dispositivos essencialmente de consumo, ineptos para trabalhar por razões de ergonomia, para que é que precisamos dos 64GB do iPad e das aplicações de escrita e folhas de cálculo que funcionam mal? Vamos ver como é que a Apple reage, o iPad 3 com tecnologia retina display deve estar já aí ao virar da esquina… Vão ter de levar as capacidades de trabalho e processamento do iPad para um novo nível ou talvez apostar num pricing mais competitivo (que não é nada característico da Apple). De outra forma, arriscam-se a ver o humilde Kindle a democratizar o acesso ao tablet para o utilizador casual e o seu mercado a reduzir-se. Afinal de contas, estamos (mundialmente) em crise 🙂

  2. Excelente artigo! Obrigado pelo resumo e análise 🙂

    Estes preços vão literalmente “deitar fogo” à concorrência no campo dos e-readers e tablets “low cost”.
    (O nome “Kindle Fire” é bem adequado 😉

    Os fabricantes de e-readers, que já trabalhavam com margens muito reduzidas, ficam agora ainda mais pressionados.

    Quanto aos fabricantes de tablets, vários já encerraram projectos de desenvolvimento, cancelaram lançamentos ou estão a retirar produtos do mercado (!), tudo por causa do iPad e da crise.
    E agora têm agora mais um problema “sério e barato” em mãos…

    Resta ver se a Amazon vai conseguir “rentabilizar” o seu “ecossistema digital”. Afinal, só a Amazon e a Google é que têm ecossistemas similares à Apple, que lhes dão alguma vantagem competitiva em relação aos restantes fabricantes.

    Ao fim do dia, o sucesso destes “gadgets” depende *muito* da usabilidade e do nível de integração na plataforma: hardware + sistema operativo + aplicações + lojas/mercados online + lojas físicas + pagamentos online + entretenimento…

    A maioria dos fabricantes naturalmente não tem capacidade, vocação ou capital para criar tais ecossistemas.

    Quanto ao “Amazon Silk”, o novo browser web, acabou por ser uma das “surpresas”. Parece ser rápido e inovador, mas está “limitado” (para já 😉 pelo ecrã de 7 polegadas…

    Quem já usou uma tablet de *10* polegadas sabe que, mesmo assim, é necessário recorrer ao “zoom in/zoom out” demasiadas vezes para ver sites web, agora imagine-se só ter 7 polegadas…

    A Amazon pode tentar “vender” a ideia que um ecrã de 7 polegadas é muito bom para navegar na web, mas a realidade é bem diferente: a “portabilidade” é inimiga da legibilidade.

    A navegação web parece ser o grande “trunfo” do Fire, a avaliar pelo destaque dado nos vídeos/anúncios da Amazon. Mas, tal como é habitual na publicidade, os consumidores só se apercebem dos problemas de usabilidade depois de comprarem os “gadgets”…

    Basta tentar ler uma revista, jornal ou banda desenhada num ecrã de 7 (ou 10 polegadas!) para se “descobrir” o problema.

    É previsível que venham a surgir brevemente tablets maiores para o mercado escolar/universitário, que permitam reproduzir páginas A4, sem ter que haver redução/degradação visual.

    Serão as tablets “de mochila” (e não “de bolso”, como o Kindle Fire) que serão os futuros manuais escolares e blocos de notas digitais. Penso eu… 😉

    O tamanho? Provavelmente 12 polegadas é uma boa solução de compromisso 🙂
    (uma folha A4 tem uma diagonal de 14 polegadas).

    Aguardemos 🙂

    Para mais detalhes complementares, sugiro esta entrevista de Jeff Bezos à Bloomberg:
    http://www.bloomberg.com/news/2011-09-28/bezos-portrays-pocket-sized-fire-as-service-not-tablet-in-ipad-challenge.html

  3. João,

    Concordo contigo, e a tua antecipação no post no FeedTheReader estava certa.

    A “guerra” não é no Hardware, mas sim, em todo o ecossistema com o conteúdo a ter um papel decisivo e aqui a Amazon é o único player que pode ombrear com a Apple.
    Steve Jobs e Tim Cook sabem disso. E por isso, em Março na apresentação do iPad 2 Steve Jobs, fez a comparação entre o número de utilizadores/compradores registados na Apple 200 milhões dizendo que “desconfiava” que estava acima da Amazon

    http://cibertransistor.com/2011/03/02/apple-ipad-2-veja-o-video-de-apresentacao/

  4. Poix é ! A Amazon é um importante player a ter em conta ! Vende como ninguém e tem a confiança dos consumidores que já lhes forneceram os seus dados pessoais e de pagamento !

    O Kindle Fire não é um iPad killer mas é um concorrente de respeito e o segundo tablet de serviço lá em casa (já se previa: http://feedthereader.com/2011/09/kindlepad-o-shopping-portatil)

    Para a indústria, a maior novidade estará na forma como se posicionará e que sucesso terá na sua relação com os media e no modo como podem dinamizar vendas de conteúdos … em breves veremos e para essa conclusão espero a tua douta opinião, Nuno 😉