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Tim Cook: 5 anos de liderança

Os melhores dias da Apple ainda estão por vir, segundo Tim Cook, e podemos dizer que o CEO da Apple tem feito um bom trabalho nos últimos cinco anos como “maestro” da empresa mais valiosa do mundo (561 mil milhões de dólares) – fazendo a transição de gestor para líder. Desde que assumiu o comando em Agosto de 2011, Cook definiu a Apple à sua maneira e fez quase duplicar receitas e lucros (234 mil milhões de dólares e 53 mil milhões de dólares, respetivamente).

Para gerir empresas é preciso entender as pessoas e os seus comportamentos e, neste campo, é importante ter conhecimentos de psicologia e ciência política, por vezes, mais até do que de gestão. Metódico, com um caráter severo, mas calmo (como descrito na biografia oficial de Steve Jobs), enquanto líder, Tim Cook demonstra possuir uma visão a longo prazo  consciente de todo o ecossistema colaboradores, parceiros, fornecedores, investidores, etc. Steve Jobs era conhecido por ter uma relação distante com os acionistas e estava claramente focado na empresa, Cook, está obviamenente focado na Apple, mais tem um perfil mais dialogante e aberto a todos os stakeholders.

A venda de todas as ações da Apple do multimilionário Carl Icahn, por exemplo, agitou e colocou muita pressão sob a administração da tecnológica, o que levou Tim Cook a esclarecer alguns aspetos aos investidores numa entrevista – que Jobs provavelmente não daria – à CNBC, passando uma mensagem de otimismo em relação ao futuro da empresa.

A Apple tem mais de mil milhões de dispositivos no seu ecossistema, o que faz com que a área dos serviços (iCloud, App Store, Apple Music, Apple Pay, etc) seja a que tem a maior taxa de crescimento – cresceu de 4 mil milhões de dólares para quase 23 mil milhões em vendas, no último ano, que representa cerca de 10% do total das suas receitas. O crescimento a longo prazo da empresa será, por isso, mantido também pelo uso de hardware da Apple no sector empresarial, assim como com o investimento em mercados como a China e a Índia.

O iPhone tem sido o produto de referência da empresa, representando 57% das receitas, mas viu as suas vendas, pela primeira vez, desacelerar nos últimos dois trimestres deste ano. No entanto, com Tim Cook, a Apple vendeu mais iPhones e iPads do que alguma vez foram vendidos na Era de Steve Jobs. Apesar de ter sido Jobs a lançar estes produtos, foi sempre Cook quem assegurou uma cadeia de valor capaz de suprir a procura e quem supervisionou a expansão massiva da cadeia de valor nos últimos cinco anos.

O ADN da empresa mantém-se, mas Cook introduziu algumas mudanças na cultura da tecnológica, defendendo que a empresa deve ser “aberta por omissão” em questões de responsabilidade corporativa e em causas que são importantes para os consumidores. Cook está a apostar na sustentabilidade ambiental (contratação de Lisa Jackson): investiu em fontes de energia renovável que alimentam os data centres da empresa e definiu metas ambiciosas para a reciclagem de aparelhos eletrónicos. O robot Liam é uma das inovações da empresa que trabalham nesse sentido:

Sob liderança de Tim Cook, a Apple tem investido mais em Investigação e Desenvolvimento, com um enfoque particular na China, mais serviços e grande enfoque na TV, mais visibilidade à aposta diversificação nos recursos humanos (apresentação da Apple Music, durante o WWDC, pela afro-americana Bozoma Saint John, diretora de Marketing da Apple).

A grande aposta de hardware, durante o “mandato” de Cook, foi o Apple Watch, que embora domine no reduzido mercado global dos relógios inteligentes, ainda não conseguiu atingir o estatuto de “must-have”, nem atingir a escala de popularidade expectável. Embora o desempenho financeiro da tecnológica seja assinalável, está ainda em falta o lançamento de um produto inovador com o nível de sucesso do iPhone.

 

Crédito imagem de destaque: Apple