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Elon Musk a caminho de Marte…

Grandes civilizações exploram e é isso que Elon Musk está fazer. O CEO da empresa de exploração espacial SpaceX quer dar um passo de gigante para a Humanidade com um plano para criar uma cidade auto-sustentável em Marte, prevenindo a extinção da espécie humana da Terra, como aconteceu há milhares de milhões de anos com os dinossauros. O físico Stephen Hawking já avisou que a raça humana não terá futuro se não viajar para o espaço, pois a possibilidade de catástrofe é inevitável mesmo que seja daqui a milhares de anos.

Mas para tal acontecer são precisos foguetes reutilizáveis (capazes de regressar à Terra e desta forma diminuir significativamente custos de novos lançamentos e capazes de efectuar o transporte de produtos), reabastecimento das naves em órbita e a produção de combustível no Planeta Vermelho (a SpaceX pretende utilizar metano para enviar as naves de volta à Terra, diminuindo assim os custos das viagens), sendo estes os principais desafios da SpaceX.

O primeiro lançamento sem tripulação está marcado para maio de 2018 (missão “Red Dragon”), sendo que depois disso, a SpaceX planeia missões em Marte de 26 em 26 meses, o que permitirá estabelecer a rota de carga necessária para a colonização do planeta.

Qual o business plan?

Atualmente, uma ida a Marte tem um custo de 10 mil milhões de dólares por pessoa, mas Elon Musk quer diminuir o valor para 200 mil dólares e, mais tarde, 100 mil doláres. Este será um business plan com múltiplos passos, sendo que podemos comparar esta missão com missões internacionais de estações espaciais, que começaram a ser financiadas mesmo quando só tinham propósitos de investigação.
Assim que estiverem alguns humanos em Marte, é provável que sejam encontrados novos tipos de materiais interessantes, fazendo sentido para as empresas espaciais investir e, eventualmente, colocar um laboratório ou um centro de investigação em Marte. Numa fase mais avançada, daqui a cerca de 10/20 anos, quando já tiverem sido conseguidas melhorias ao nível dos motores dos foguetes e reduzido o custo da viagem ao Planeta Vermelho, será criado um outro tipo de negócio em que o cidadão comum comprará bilhetes para ir a Marte.

Isto será feito com recurso a várias naves, cada uma delas com cerca de 100 passageiros, que começarão a fazer viagens (daqui a cerca de uma década) até que a cidade marciana de Musk, que levará entre 40 a 100 anos a tornar-se auto-sustentável, tenha um milhão de habitantes.

Contudo, existem alguns obstáculos técnicos a ultrapassar, tais como a conceção de um foguetão suficientemente forte ou provar a sua capacidade para ir a Marte e regressar. Um projeto desta natureza precisará de fundos e de tecnologia para avançar, no entanto Elon Musk e a SpaceX contam com a “ajuda” de várias dezenas de startups que estão a trabalhar no desenvolvimento de tecnologia que irá facilitar a construção desta cidade. Além disso, é muito provável que venha a ser estabelecida uma parceira publico-privada ou, quiçá, internacional, que vá mais além da SpaceX e dos Estados Unidos.

Falhar rápido e continuar a avançar

Depois da explosão de um foguetão no início deste mês, que destruiu um satélite do Facebook que tinha como objetivo fornecer acesso à Internet ao continente Africano, a SpaceX vai retomar os lançamentos em Novembro. A empresa de Elon Musk tem uma história de sucesso à qual está a dar continuidade, “recuperando” dos acidentes pelo caminho (este negócio está altamente protegido por seguros e, por isso, o satélite do Facebook que foi destruído poderá ser reconstruído e pago por seguradoras).

Podemos dizer que falhar é algo intrínseco a uma empresa tão “agressiva” como a SpaceX em termos de inovação, tal como é o caso da Tesla – ambas estão a inovar fortemente e com rapidez. No ano passado, por exemplo, a SpaceX teve uma missão onde um dos seus rockets, que levava uma nave espacial Dragon, explodiu, mas seis meses depois a empresa foi capaz de aterrar um foguete, o que demonstra um percurso com falhas, mas também com um sucesso extraordinário.

Juntamente com a SpaceX,  a Blue Origin, de Jeff Bezos, revolucionou a exploração espacial ao desenvolver foguetes reutilizáveis. Enquanto a Google, por exemplo, deverá criar parcerias com intervenientes do mundo aeroespacial para conectar mais mil milhões de pessoas, a SpaceX e a Blue Origin vão competir de frente com os “atores” instalados para garantir um acesso mais económico e confiável ao Espaço.

A empresa de Jeff Bezos apresentou recentemente um novo foguetão reutilizável, “New Glenn”, que irá competir com a SpaceX e outras empresas no lançamento comercial de satélites, antes do fim da década.

Veja aqui a apresentação completa de Elon Musk, no Congresso Internacional de Astronáutica, em Guadalajara.