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Spotify e Netflix “unem-se” e Twitter inicia processo de venda

O papel de serviços agregadores de conteúdos como o Netflix e o Spotify está, cada vez mais, a sobrepor-se ao papel dos operadores de telecomunicações, que ficam reduzidos a distribuidores de serviços de telecomunicação – bem-vindos à Era da TV/música over-the-top – ditando o fim das fronteiras entre tecnologia, media e telecomunicações.

Para diferenciar-se de outros serviços de streaming de música, como o Apple Music e Tidal,  o Spotify, por exemplo, deu os primeiros passos na extensão do seu serviço de streaming de música com a exibição de clips da Comedy Central, ESPN, BBC e Vice e com o streaming de vídeos na App e produção de conteúdos originais, como é o caso da série que une desporto e música Trading Playlists. E agora esta sua ambição poderá sair reforçada com a presença de  Ted Sarandos, diretor de conteúdos do Netflix, na administração da Spotify.

A “entrada” de Sarandos representa um fortalecimento das relações entre Spotify e Netflix para combater titãs como a Apple nas suas respetivas arenas de conteúdos e irá ajudar o Spotify a aprofundar o negócio de vídeo e o seu posicionamento enquanto agregador de conteúdos de media. O diretor de conteúdos do Netflix é experiente na negociação com estúdios de filmes tradicionais e redes de TV, bem como na criação de conteúdos originais – como foi o caso do “House of Cards” -, podendo ajudar a atingir alguns objetivos:

  • Oferecer uma experiência mais vasta de conteúdos aos utilizadores do Spotify. Segundo o GlobalWebIndex, os utilizadores do Spotify dedicam, em média, 1.17 horas, por dia, à TV online.
  • Capitalização de anúncios de vídeo. Os conteúdos de vídeo podem ser uma ajuda para aumentar as receitas dos utilizadores sem subscrição paga, até porque o investimento em anúncios em programas originais mais do que duplicou desde 2014.
  • Aumentar o “catálogo” de conteúdos de vídeo para competir com outros serviços de streaming de música, como a Apple Music, que está a impulsionar a sua programação original, tendo um leque de programas exclusivos.
  • Fortificação das duas empresas. O vínculo entre Spotify e Netflix ajudará as duas empresas a ter mais força para competir na esfera dos conteúdos de música e de vídeo nos media digitais.

O serviço de streaming de música mais popular do mundo está também em conversações para adquirir o SoundCloud. Com um serviço complementar, esta é uma forma de o Spotify se fortalecer antes de se tornar público e manter a sua autenticidade intacta. Além disso, a base de utilizadores do SoundCloud oferece ao Spotify uma nova comunidade de utilizadores sem subscrição, mas também de potenciais compradores e que o ajudará na negociação com empresas de música (as grandes responsáveis pela maioria das receitas do Spotify , todos os anos).

Twitter é outro exemplo de um media social que se tornou num agregador e distribuidor de conteúdos, com a compra de direitos de transmissão em direto de eventos desportivos.

A rede social terá contratado a Goldman Sachs para encontar potenciais compradores. Apple, Google, Facebook, Disney, Salesforce, Microsoft são só algumas das empresas que compõem o leque de interessados. Veja o comentário e análise de Nuno Ribeiro – Country Manager da FABERNOVEL sobre as vantagens de aquisição para estas empresas, no Económico TV.