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Airbnb reforça a ameaça à indústria hoteleira

O Airbnb disrompeu o modelo de negócio de umas das indústrias mais antigas do mundo, a hotelaria, e é hoje um dos novos players que segue as mesmas regras que os GAFA (Google, Apple, Facebook e Amazon): a do cliente grátis (oferece um desconto de 22€ na primeira reserva de novos clientes); a do valor de utilidade (é conhecido pela eficiência no serviço de reservas para ambos os proprietários e hóspedes); e a da gestão pirata (rápido processo de recrutamento. O feedback a candidaturas é dado em menos de 3 dias, como consequência a taxa de aceitação de emprego é de 90%).

A plataforma online de alojamento soube detetar, organizar e dinamizar unidades muito pequenas de valor, alavancou uma capacidade em excesso (de casas e quartos) e criou valor para o utilizador, captando e fornecendo micro negócios. Tendo, com isto, como vantagem competitiva a capacidade de gerir de forma eficiente milhares de milhões de pequenas transações.

Expansão de serviços e ofertas 

Para tornar-se mais competitivo em relação a agências de viagens online e hotéis, o Aibnb está a expandir a sua oferta serviços, acrescentando valor à sua plataforma peer-to-peer de alojamento. A nova  ferramenta Guidebooks, por exemplo, (permite aos anfitriões partilharem com viajantes informações sobre diferentes negócios locais) promove uma conconrrência mais direta com a indústria hoteleira. Este é também um factor diferenciador em relação a plataformas como o HomeAway e VRBO, uma vez que conecta, através dos residentes, os viajantes à área em que estão instalados e as plataformas terceiras.

O Guidebooks resultou no aumento das vendas de restaurantes de todo o mundo, uma receita total de 4,5 mil milhões de dólares, dado que os hóspedes que fazem reservas através do Airbnb tendem a gastar mais na localidade onde estão instalados do que os hóspedes dos hotéis.

A recente aquisição do marketplace de actividades Trip4real, que será uma nova fonte de receita através de reservas online, também se enquadra nesta estratégia, bem como uma nova aplicação que a empresa já começou a testar, exclusivamente dedicada a conectar os hóspedes com a comunidade local (Airbnb Trips), que poderá vir a incluir o Guidebooks.

As parcerias são uma forma de acelerar o desenvolvimento dos negócios. E, nesse sentido, a Airbnb e a SolarCity criaram uma parceria em que os membros da plataforma de alojamento recebem um desconto (1.000 dólares) na instalação de painéis solares; enquanto os clientes da SolarCity vão beneficiar de um crédito de viagem (100 dólares) em futuras reservas na Airbnb. Sendo esta uma forma de escalar os negócios de ambas as empresas.

 Quota de mercado crescente 

Com o forte enfoque em fornecer serviços e comodidades que os hotéis tradicionais oferecem (guias e recomendações de viagem personalizadas) e a eficiência no serviço de reservas para ambos os proprietários e hóspedes, o Airbnb tem vindo a conquistar cada vez mais quota de mercado aos hotéis.

Recentemente, o Airbnb captou um financiamento de 555 milhões de dólares, parte proveniente da Google Capital, avaliando a AirBnB em  30 mil milhões de dólares (maior do que a soma da capitalização bolsista das cadeias Hilton e Hyatt juntos).

42% dos utilizadores do Airbnb optavam anteriormente por ficar em hotéis, de acordo com um estudo da Morgan Stanley, o que poderá vir a intensificar-se caso os serviços de viagem personalizados da Airbnb ganhem tração. Enquanto isso, a indústria hoteleira tem procurado inovar através da tecnologia: a cadeia Marriott-Starwood, por exemplo, está a utilizar novas tecnologias para competir com o Airbnb e criar maior envolvimento com os hóspedes, utilizando beacons para fornecer recomendações sobre atividades e comodidades disponíveis nos seus resorts.

Criar infraestrutura no mundo offline 

O Airbnb arrenda 1,5 milhões de quartos – mais do que o Marriott International e Starsamara_yoshino_airbnb_interiorwood Hotels & Resorts Worldwide juntos, depois da fusão – mas não possui nenhuma destas propriedades. Apesar disso, a empresa liderada por Brian Chesky parece estar a iniciar uma nova geração de cadeia de hotéis, tendo lançado um centro comunitário numa vila japonesa, cujos quartos podem ser arrendados a viajantes, mas que também servirá como ponto de encontro da comunidade, onde turistas e locais podem interagir.

O potencial sucesso deste centro comunitário poderá ser o ponto de partida para a construção de mais infraestruturas deste género para escalar o seu negócio (um pouco à semelhança da Amazon que, para dominar completamente no online, está a criar novas lojas físicas e uma grande infraestrutura offline).

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