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Snap(chat): A visão é a estratégia

O Snap (anterior Snapchat) é um bom exemplo de uma startup que está a promover a sua expansão tendo como ponto de partida a sua visão e não os seus ativos. A empresa liderada por Evan Spiegel, subitamente, tornou-se numa empresa de media que ameaça o Facebook e o Twitter e, de certa forma, algumas grandes empresas de entretenimento, uma vez que os utilizadores despendem grande parte do seu tempo na App.

A grande ideia do Snap? Um posicionamento centrado nos millennials e a “gadgetização” da utilização da App, através de uns novos óculos de sol, com funcionalidade de realidade aumentada, Spectacles (permitem fazer gravações e tirar fotografias, sincronizando-se, posteriormente, com a aplicação). Tal passo pode vir a representar um impulsionador da adopção de wearables e servir de lição para outras empresas a operar neste mercado: para terem sucesso, os dispositivos devem servir propósitos adicionais e estar em linha com as tendências de moda. 

spectacles

Esta surge assim como uma aposta numa grande diferenciação por parte do Snap, que viu algumas das suas funcionalidades copiadas com sucesso pela concorrência. Os Spectacles não são um elemento financeiro para a empresa, mas a estratégia de marketing, e a venda através de vending machines, resultou num buzz e entusiasmo em torno do produto – e da marca – que não eram vistos há muito tempo.

De rede social a empresa de realidade aumentada

Lentamente, o Snap está a passar de uma rede social para uma empresa de realidade aumentada. Os recentes updates e anúncios de emprego à procura de peritos em 3D e em realidade aumentada reafirmam as ambições da empresa em tornar-se líder no segmento de realidade aumentada. Desta forma, a empresa abre novas oportunidades para contar histórias de forma mais criativa, mas também na área das receitas de publicidade e na venda dos Spectacles (originários da Vergence Labs, uma startup que o Snap adquiriu, em 2014, por 15 milhões de dólares).

Twitter e Facebook tornaram-se novos media, o Messenger, o Slack e o WeChat tornaram-se fornecedores de serviços. Todas estas empresas, tal como acontece agora com o Snap, começaram por ser redes sociais, aumentando exponencialmente a sua base de utilizadores, e transformaram-se, depois, em fornecedores de serviços.

nova funcionalidade de realidade aumentada, com efeitos 3D, introduzida pelo Snap potencia a criação e partilha de mais conteúdos na plataforma e, ao mesmo tempo, melhora a experiência de utilização dos Spectacles, impulsionando as vendas.

Com isto, também na área da publicidade são abertas novas oportunidades para o lançamento de novos formatos de anúncios, representando uma extensão dos Sponsored Lenses (podem custar 700 mil dólares por dia).

“O enfoque na simplicidade é muito importante para nós. (…) Só iremos fazer uma expansão para produtos e serviços diferentes se sentirmos que o vamos fazer muitíssimo bem. (…) Não queremos ser os primeiros, mas sim os primeiros a fazer bem.” – Evan Spiegel, CEO do Snap (Code Conference 2015).

O modelo de negócio do Snap assenta sobretudo na publicidade, embora a empresa tenha falado sobre a possibilidade de explorar o e-commerce no futuro – criou, até, algumas funcionalidades – e tenha permitido a compra de alguns filtros na aplicação. Mas isto é só a “ponta do iceberg”: o Snap só fechou alguns negócios de publicidade com grandes empresas, tendo um mercado de pequenas e médias empresas, que são o “pão com manteiga” para o Facebook, para explorar. 

Este ano, as receitas do Snap deverão atingir cerca de 350 mil milhões de dólares e os mil milhões de dólares em 2017. A empresa deverá entrar em bolsa, no próximo ano, com uma valorização entre 20 mil milhões e 40 mil milhões de dólares.

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