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Google reposiciona-se na área da mobilidade

A Google foi das primeiras empresas tecnológicas a começar a trabalhar no desenvolvimento de carros autoguiados, mas empresas como a Uber foram mais rápidas a colocar a tecnologia na estrada. No entanto, é expectável que a recente criação de uma nova empresa, a Waymo, especialmente dedicada a este segmento, seja uma estratégia para acelerar a evolução do seu projeto dedicado aos carros autónomos – que, até agora, fazia parte da Google X (unidade semi-secreta para a investigação e desenvolvimento de projetos experimentais de elevado risco).

Este passo representa um reposicionamento da Google, com um novo enfoque: estabelecer parcerias com fabricantes de automóveis para testar a sua tecnologia de condução autónoma em serviços de ride-sharing, afastando-se (para já) da ideia de construção de um carro autoguiado.
A Waymo será liderada por John Krafcik, um homem ligado à indústria automóvel “tradicional” que esteve à frente da Hyundai durante vários anos, o que sugere que talvez este seja um passo para levar o projeto à comercialização.

Larry Page, fundador e CEO da Google, é também um investidor “secreto” de duas empresas que se dedicam ao desenvolvimento de carros voadores: Zee.Aero e Kitty Hawk.

Neste campo dos carros autónomos, as empresas têm adotado diferentes modelos de negócio: o fornecimento de carros autónomos que dispensam aos proprietários a necessidade de se focar na condução; e o transporte como serviço, em que temos empresas como a Uber, Didi  ou Lyft, que permitem através do smartphone solicitar um veículo.
O transporte como serviço é talvez a disrupção com maior impacto, uma vez que não é necessário um número tão elevados de carros no mundo, como o que atualmente existe. E os perdedores aqui serão, em certa medida, as fabricantes automóveis, que terão de produzir menos 1/3 dos veículos que produzem hoje.

Neste momento, a Google está a optar por entrar pelo modelo de negócio de transporte como serviço, posicionando-se como fornecedora de tecnologia. A gigante tecnológica irá usufruir da parceria com a Fiat-Chrysler para começar a testar os seus sistemas num novo veículo protótipo, sendo que as duas empresas planeiam lançar um serviço de ride-sharing autónomo no fim do próximo ano, que será o primeiro deste género a chegar ao mercado.

“Obviamente, as empresas tecnológicas têm uma posição forte [na área do desenvolvimento de carros autoguiados] e a maioria das disrupções que vemos partir dos players estabelecidos são difíceis de avançar suficientemente rápido” – Sebastian Thrun, fundador da Google X, considerado o “pai” dos carros autónomos.

À medida que for fazendo progressos tecnológicos no desenvolvimento de sistemas para veículos autónomos, será mais fácil para a gigante tecnológica alavancar a infraestrutura existente e desenvolver veículos autoguiados, que farão parte da frota do serviço de ride-sharing da Waymo, no futuro – enfrentando a forte competição de empresas como a Uber ou a Tesla.