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Facebook e a “corrida” aos conteúdos de áudio e vídeo

A corrida dos conteúdos já começou e as tecnológicas estão a construir uma posição bastante relevante neste segmento. Na Era digital, o conteúdo continuará a ser rei, mas a sua produção acarreta elevados custos, pelo que o Facebook está, novamente, a saber aproveitar os media para captar conteúdos de áudio e vídeo para a sua plataforma de livestreaming. Zuckerberg está a avançar com uma abordagem inteligente, criando parcerias com empresas de media e “agarrando” talentos, como escritores, celebridades e outras personalidades da internet com milhões de seguidores.

A empresa irá financiar, novamente, a produção de conteúdos de vídeo originais para transmitir na sua plataforma, tendo já abordado estúdios de TV e produtores de vídeo no sentido de adquirir direitos exclusivos de transmissão de programas. Estes conteúdos serão inseridos num espaço exclusivo ao consumo de vídeo (semelhante ao YouTube), que permitirá arrecadar mais dólares em publicidade.

Desta forma, Zuckerberg tem mais argumentos para concorrer com o YouTube e outros media sociais agregadores de conteúdos, como o Twitter (que já permite também o livestreaming diretamente a partir da App) ou o Snap (anterior Snapchat), que também está a criar parcerias com empresas de TV para a produção de conteúdos originais.

Facebook Live Audio: uma oportunidade e um risco para as rádios

fbliveaudioA mesma estratégia está a ser aplicada ao audio, com o lançamento do novo Live Audio: no próximo ano, a ferramenta permitirá às estações de rádio transmitir os seus programas em direto; aos podcasters distribuir os seus conteúdos online; aos escritores ler livros, etc. O que representa também um “ataque” à estação de rádio Beats 1, que a Apple criou no ano passado integrada na oferta da Apple Music.

Para o arranque da ferramenta, o Facebook já criou algumas parcerias, nomeadamente com a BBC World ServiceLBC, Harper Collins, e também com os escritores Adam Grant e Britt Bennett.

A captação de talentos é algo bastante relevante para o Facebook, pois cria maior valor para a sua plataforma. A estrela da rádio Howard Stern é exemplo de como uma personalidade tem o potencial de “transportar” consigo um público fiel: em 2004, quando Stern anunciou que o seu programa passaria a ser transmitido através do serviço de rádio por satélite SiriusXM (pago), alguns anteciparam o insucesso do programa, mas a verdade é que, com o programa de Howard Stern, os lucros cresceram e a base de subscritores da SiriusXM atingiu os 27,3 milhões.

No próximo ano, a plataforma de audio do Facebook vai estar disponível a todos os outros media e ao público, sendo que, com esta abertura, é expectável que nasçam novos talentos, tal como aconteceu no passado com o surgimento das rádios e TV’s piratas, YouTube, etc.

O facto de as tecnológicas estarem a invadir o território dos media, produzindo conteúdos, disponibilizando as suas plataformas de distribuição e captando publicidade, tornará cada vez mais difícil a vida às empresas de media que não alarguem e diversifiquem os seus modelos de negócio.

No caso concreto do Facebook, este apresenta-se como uma empresa tecnológica, mas, na verdade, é uma empresa de media (distribuidora de conteúdos), já que a publicidade é a sua maior fonte de receitas. O facto de ser uma multi-plataforma, multi-media, multi-app à qual os utilizadores acedem múltiplas vezes por dia faz do Facebook o melhor distribuidor de (qualquer) conteúdo do planeta.

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