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Mercedes testa serviço de car-sharing

A economia on-demand está a reinventar a visão sobre o mundo automóvel. A partilha de carros (car-sharing) e o transporte de passageiros que necessitam fazer o mesmo trajeto, no nosso próprio carro (ride-sharing), não só conferem uma maior flexibilidade ao mercado, através de uma maior facilidade de acesso à oferta e procura de viaturas, como também levam a repensar a necessidade (ou não) de aquisição de viaturas próprias. 

Os fabricantes de automóveis já se aperceberam da crescente importância do car-sharing peer-to-peer (proprietários colocam os seus carros à disposição para alugar, quando não necessitam deles), estando a adotar um reposicionamento no mercado: os serviços de car-sharing não só integram veículos da sua marca, como também os carros de privados, de qualquer marca e modelo. Esta é uma forma de aumentar significativamente a base de utilizadores que utilizam o seu serviço, captando mais dados relevantes para o negócio. 

É precisamente isto que a Mercedes-Benz está a fazer com o seu novo serviço Croove (para já, em teste em Munique, na Alemanha). A App  agrega oferta e procura, permitindo aos proprietários criar um perfil e “submeter” os seus veículos na plataforma.

croove2

Esta é uma estratégia relevante para a Mercedes que lhe permite estar um passo à frente de outros serviços de car-sharing de outros fabricantes de automóveis, como o ReachNow e o Car2Go – da BMW e Daimler, respetivamente, que estão a avaliar a junção dos dois serviços para reforçar a sua posição no mercado -, Maven (General Motors) e Ford2Go (Ford), que, ao contrário do Croove, são plataformas que disponibilizam frotas de carros exclusivamente das suas marcas.

Maior personalização da experiência e carros autoguiados

As empresas tecnológicas, como Apple, Baidu, Google, Uber ou Tesla, estão numa forte posição no segmento dos carros autónomos, mas os players tradicionais também estão prontos para esta corrida.

A BMW, por exemplo, planeia produzir carros autónomos em 2021, tendo uma parceria com a Mobileye, empresa israelita que desenvolve câmaras e sensores para veículos autónomos (a mesma que fornece tecnologia à Tesla e à Volkswagen), e com a Intel.

Outra parceria que a BMW formalizou foi com a IBM para utilizar a inteligência artificial do supercomputador Watson para analisar dados relativos aos veículos, recolhidos através de sensores, o que servirá também de alavanca ao projeto dos carros autónomos.

Além disso, com esta parceria, a empresa poderá prever a necessidade de manutenções, bem como aumentar o nível de personalização dos veículos, adaptando as experiências no interior dos automóveis de forma a que vão ao encontro dos perfis de diferentes condutores. 

A BMW poderá utilizar o Watson para identificar quem está a entrar no carro e assim customizá-lo (ajuste do banco, temperatura deve ser definida no sistema de controlo, etc.). Além disso, poderá também aproveitar dados relativos a  lojas ou restaurantes preferidos do condutor para ir fazendo sugestões através do sistema de navegação.

Esta personalização da experiência é relevante, sobretudo, porque, à medida que os carros se aproximam da condução autónoma, a experiência dentro do carro adquire uma importância ainda maior, uma vez que esta pode representar um fator diferenciador para as marcas e aumentar a sua competitividade (o que justifica, por exemplo, a compra da Harman pela Samsung). 

E por que não espreitar o Oasis, o conceito de carro do futuro proposto pelo fabricante suíço Rinspeed, que integra várias das tecnologias em que as empresas fabricantes e tecnológicas estão a trabalhar? 🙂