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Apple investe em conteúdos originais de vídeo

A Apple não poupa esforços, tempo e investimentos para dominar toda a cadeia de valor: dispositivos (iPhone, iPad, Apple TV), conteúdos (direitos), plataformas de distribuição (iTunes) e publicidade – The Winner Takes it All. 

As ambições da Apple para se tornar numa empresa (também) de Media e num concorrente para Hollywood e para a indústria de streaming de vídeo e de música são, cada vez mais, evidentes. O primeiro sinal foi a compra de direitos para distribuir na Apple Music o programa da CBS Carpool Karaoke.

No final deste ano, a empresa vai passar a integrar conteúdos originais de programas de TV (não só ligados à música, como, possivelmente, outros) e filmes na Apple Music (que conta já com 20 milhões de subscritores) – e tudo indica terá iniciado  contactos com produtores de TV, no sentido de produzir conteúdos originais. Isto numa altura em que mais de 100 milhões de pessoas pagam pelo streaming de música em todos os serviços disponíveis (Apple Music, Spotify, Pandora,…), o que ultrapassa o número de subscritores do Netflix, por exemplo.

O que é que a Apple poderá estar a planear?

  • O posicionamento da Apple sugere que o seu plano preliminar passa por produzir um pequeno leque de programas de TV originais (à semelhança de “Westworld”, da HBO, ou “Stranger Things”, do Netflix) exclusivos a subscritores da Apple Music.  Fortificando o seu serviço de música com conteúdos de vídeo originais, conseguirá diferenciar-se do Spotify, o seu maior rival no streaming de música, e começar a testar o mercado, para depois avançar, eventualmente, para o seu próprio serviço de streaming de vídeo, concorrente do Netflix e do Amazon Video. Primeiro balas, depois tiros de canhão!, como descreve Jim Collins, num dos seus best sellers.
  • A integração de filmes originais na Apple Music também se deverá incluir nesta estratégia. Ao que tudo indica a Apple já havia pressionado alguns estúdios de Hollywood no sentido de ter acesso exclusivo a filmes, antes de estrearem no cinema (tendo como barreira a questão da pirataria). A concretizar-se, esta será uma grande mudança na gestão de aluguer de filmes no iTunes e um boost relevante para a plataforma.

Os conteúdos de vídeo na Apple Music poderão vir a integrar funcionalidades disponíveis na Apple TV, como a pesquisa por voz.

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Eddy Cue, vice-presidente de software e serviços da Apple, tem dado pequenos passos no desenvolvimento de conteúdos de vídeo com apps e programas ligados à música. Recentemente, a empresa lançou uma App, designada TV, que serve de agregador de conteúdos de vídeo diferentes Apps.

A expansão da oferta de vídeo representa um progresso na ambição da Apple em posicionar-se como uma empresa de serviços. Até porque a Apple sabe que a simbiose entre dispositivos, software e serviços é uma forma de defender e fechar aos concorrentes a capacidade de entrar junto dos clientes captados, sendo este um fator decisivo para dominar o mercado.