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Amazon constrói hub em aeroporto

supertoast-profile A Amazon está a construir uma mega infraestrutura de logística para melhorar a conveniência do seu serviço e vai construir um hub num aeroporto para a sua frota de 40 aviões de carga.

supertoast-profile A gigante de e-commerce tem sido um ótimo cliente para a UPS e para a FedEx, mas, brevemente, pode vir a tornar-se um concorrente de peso.


Se em 2000 havia dúvidas sobre o futuro da Amazon, motivado pelo crash bolsista das “dot com”, hoje é claro que ser obcecado pelo consumidor foi o fator decisivo para o seu sucesso. A empresa não poupa esforços, tempo e investimentos para melhorar a conveniência do seu serviço de entregas e prepara-se para construir um hub, no aeroporto internacional Cincinnati/Northern Kentucky, para a sua frota de 40 aviões de carga (UPS tem 240 aviões deste tipo e a FedEx 370), prevendo fazer 200 voos por dia.

A localização deste primeiro hub, no qual serão investidos cerca de 1,5 mil milhões de dólares, não é inocente: será construído no mesmo aeroporto onde se encontram a maioria das infraestruturas de carga da DHL (a maior empresa de logística do mundo), perto dos maiores hubs dos Estados Unidos, detidos pela UPS e FedEx, e perto de 11 dos seus armazéns.

Passo a passo, a gigante de e-commerce vai reduzindo a sua dependência de distribuidores tradicionais (como a UPS e a FedEx) e ganhando maior controlo sob a sua rede de distribuição. Estes grandes investimentos, com impacto na estrutura de custos, demonstram a visão a longo-prazo de Jeff Bezos: a escala é a prioridade da Amazon, o crescimento é mais importante do que os lucros. Durante anos a empresa perdeu dinheiro, mas hoje tem uma capitalização bolsista de 381 mil milhões de dólares.

Mega infraestrutura offline para dominar no online

É plausível que a Amazon esteja a construir uma cadeia de distribuição para gerir todos os passos no processo de distribuição de bens. Além da intenção de operar um total de 40 aviões de carga, uma frota de milhares de camiões“uberizou” a indústria dos camiões para transporte de bens (beneficiando da contratação de camionistas a um preço mais reduzido) e tem utilizado drones para aumentar a conveniência do serviço de entregas. Uma das suas patentes prevê o desenvolvimento de um armazém aéreo de apoio à distribuição via drones.

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Através de uma subsidiária na China, a Amazon começou também a vender espaço nos contentores dos navios que fazem a distribuição de bens dos retalhistas chineses (que vendem na Amazon) para os Estados Unidos, Europa e Japão.

cover37Com a construção da sua própria rede de logística, a gigante de e-commerce poderá vir a aplicar a mesma lógica da divisão de cloud computing Amazon Web Services (em 2015, gerou 7,9 mil milhões de dólares): primeiro criar uma infraestrutura para si e depois começar a captar clientes para colmatar o excesso de capacidade e assim criar um novo negócio. A Amazon tem sido um ótimo cliente para a UPS e para a FedEx, mas, brevemente, pode vir a tornar-se um concorrente de peso.

Vale a pena recordar o destaque de capa da Bloomberg Business Week sobre este tema, em Setembro do ano passado.

https://soundcloud.com/bloomberg-business/bloomberg-businessweek-cover-story-10