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Ikea: conhecer os hábitos para melhorar a experiência

  • O Ikea é exemplo de como um retalhista está a aproveitar o conhecimento que possui sobre o comportamento dos clientes nas habitações, para criar uma melhor experiência de utilização nas casas conectadas e desenvolver novos produtos.
  • Recentemente, lançou também uma “plataforma aberta” de mobiliário que encoraja os clientes a modificar produtos e criar novos designs, com base nas suas necessidades.

O Ikea, o maior retalhista de mobiliário do mundo, está a aproveitar o conhecimento que possui sobre o comportamento dos clientes nas habitações para melhorar a experiência de utilização nas casas conectadas. A empresa criou novos produtos que mostram como está a apostar no design digital e de como está a “ouvir” os clientes para criar produtos que vão ao encontro das suas necessidades.

Exemplo disso é o novo sistema de iluminação inteligente, regulável através de uma aplicação, mas também através de um pequeno interruptor portátil inovador: uma “interface” que permite controlar a luminosidade ao girar o dispositivo de um lado para o outro – um gesto que é subconsciente.

Com isto, o Ikea poderá ter a vantagem de incorporar sistema inteligentes no mobiliário que vende e fidelizar os clientes ao seu ecossistema de produtos.

Open Innovation para criar novos produtos

Além disso, a empresa está também a apostar num modelo de Open Innovation para desenvolver novos produtos. Depois de ter criado o website Ikea Hackers, onde os clientes podem partilhar de que forma estão a dar diferentes utilidades a peças de mobiliário, a empresa lançou a “plataforma aberta” Delaktig. A ideia passa por encorajar consumidores a criar novos designs, através de workshops como o que desenvolveu com um  um grupo de designers, no Royal College of Art, em Londres. Os primeiros produtos “hackeados” vão começar a ser comercializados a partir do próximo ano.

IKEA_DELAKTIG

O início de uma revolução

De certa forma, foi assim que a IKEA deu início a uma revolução no mundo do mobiliário. O princípio do design próprio começou precisamente com a modificação do design dos móveis de modo a que concorrência não pudesse acusar o fabricante de que lhes eram vendidos os mesmos produtos.

Já o conceito dos móveis por montar, que se transformou na imagem de marca, fama e ideia básica da IKEA, foi inspirado por Gillis Lundgren, um jovem designer que Ingvar Kamprad, fundador do IKEA, contratou para fazer um dos primeiros catálogos da empresa.

Depois de fotografarem uma mesa para o catálogo e de a tentarem embalar, perceberem que ocupava muito espaço, pelo Gillis Lundgren decidiu tirar-lhe as pernas e colocá-las por debaixo do tampo. Esta foi a origem da embalagem plana e do conceito inovador que a IKEA conseguiu ser a primeira a desenvolver de um modo programado e profissional – e que permitiu à empresa reduzir significativamente os danos e os custos de transporte e manter um preço de venda mais baixo.

A descrição que o fundador da IKEA fez sobre aquela época é inspiradora para as empresas, sobretudo no que toca à importância de falhar com rapidez:

“Era a época das soluções simples, da improvisação, da alegria e da inspiração repentina. Experimentávamos, fracassávamos, voltávamos a experimentar e conseguíamo-lo…” – Ingvar Kamprad, fundador do IKEA.