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Apple: inteligência artificial e realidade aumentada no centro da estratégia

  • Apple tem vindo a adquirir startups muito interessantes no domínio da inteligência artificial.
  • A inteligência artificial será um dos fatores-chave do novo iPhone que a Apple lançará este ano, a par da realidade aumentada.

A Apple continua a adquirir startups relevantes no domínio da inteligência artificial:  depois da RealFace, tuplejump, Turi ou Emotient, a Apple acaba de comprar a Lattice Data, por 200 milhões de dólares.

Esta startup utiliza machine learning para transformar uma quantidade massiva de dados, como imagens e texto, em dados, adequadamente, categorizados e “etiquetados” (estima-se que entre 70 a 80% dos dados da Internet estão desestruturados). Ou seja, transformar dados em insights relevantes para a empresa, que permitem identificar, por exemplo, padrões no comportamento humano.

Porque é que esta tecnologia é importante? A inteligência artificial será um dos fatores-chave do novo iPhone que a Apple lançará este ano. O trabalho que a Lattice desenvolve é bastante relevante para tornar a Siri significativamente mais poderosa, uma vez que as assistentes virtuais dependem de dados estruturados para dar resposta aos comandos dos utilizadores. Tal poderá, potencialmente, impulsionar também outros negócios da Apple, como as casas conectadas.

Além da inteligência artificial, também a aposta na realidade aumentada faz parte de uma estratégia da Apple a longo prazo e manter os utilizadores ligados ao seu ecossistema. A integração de realidade aumentada no próximo iPhone faz sentido por diferentes motivos, nomeadamente:

  • Impulsionar os serviços. Os serviços estão a tornar-se numa grande parte do negócio da Apple e as aplicações de realidade aumentada poderão servir de catalisador do crescimento da receita do negócio de software da empresa. Só o jogo Pokémon Go pode gerar mais de 3 mil milhões em receitas para a Apple nos próximo dois anos.
  • Dominar a próxima geração de gadgets.  Integrando funcionalidades de realidade aumentada no iPhone, a Apple mantém o iPhone “relevante” a curto prazo e prepara-se para dominar a próxima geração de gadgets a longo prazo, uma vez que os dispositivos de realidade aumentada tendem a substituir o smartphone.

A Apple diferencia-se muito dos seus concorrentes por preparar bem os seus produtos e só os lançar para o mercado quando este está pronto para os receber, sem ceder a pressões do mercado ou dos analistas financeiros. Tim Cook está a fazer uma aposta clara – que muitos não compreenderão – no futuro.

Na recente entrevista de Tim Cook a Jim Cramer, no Mad Money na CNBC, o CEO da Apple destaca a relevância que a inteligência artificial já tem no trabalho da empresa, admitindo que virá a ser utilizada, cada vez mais, no futuro.