
DESTAQUES GAFANOMICS® [02/JUN/2017]
Por: Joachim Renaudin, analista de projetos na FABERNOVEL INNOVATE Paris
“Destaques GAFAnomics®” é uma compilação dos artigos mais importantes partilhados internamente pela equipa da FABERNOVEL. Aqui, encontrará a sua “torrada de inovação” sobre as últimas novidades da Network Economy.
Facebook abre laboratório de neurociência para perceber comportamentos online
O Facebook vai abrir, no próximo mês, um “Centro para a Inovação na Ciência do Marketing”, um laboratório de investigação cujo objetivo é ajudar os anunciantes e as marcas a perceber como os seus conteúdos/anúncios são consumidos online.
O Facebook irá utilizar tecnologia ligada à neurociência e dados biométricos (monitorização visual, batimento cardíaco, expressões faciais…) para medir, com precisão, como os utilizadores reagem aos conteúdos.
Através dos seus esforços para captar atenção, o Facebook já tem conhecimento sobre quanto tempo os utilizadores despendem na sua plataforma e o tipo de conteúdo que mais gostam. Mas, saber, com precisão, como os utilizadores reagem a cada conteúdo específico, o que gostam e o que não gostam, pode ajudar o Facebook a tornar-se mais atrativo para o anunciantes. Foi por essa mesma razão que o Facebook introduziu os emojis “wow”, “love” e “sad”, no ano passado. As neurociências são outro nível.
Google quer saber tudo o que se compra offline
A Google conhece grande parte do nosso comportamento online, graças à análise do histórico de pesquisas e dados de geolocalização (Maps e outras apps da Google). Agora, a empresa quer saber o que se compra offline, com o objetivo de medir, de forma mais precisa, os impactos nas vendas globais (online e offline) das campanhas de publicidade digitais.
A Google anunciou uma tecnologia que recolhe e encripta dados, provenientes de retalhistas, relativos a cartões de crédito. A empresa vai comparar estes dados com a informação de milhões de cartões de crédito dos seus utilizadores registados e empresas parceiras, de forma a ser capaz de preencher o gap entre a publicidade digital e as compras offline.
A Google já fez saber que a privacidade é uma das suas prioridades. Contudo, parece que quanto mais intrusiva a Google é na captação do nosso comportamento online, mais secreta se torna sobre o uso desta mina de ouro de dados.
Amazon “acabou” com as livrarias, agora quer reinventá-las
A Amazon abriu a sua primeira livraria em Nova Iorque – a 7ª nos Estados Unidos. Há uma década, a cadeia de livrarias Borders abriu falência devido à competição de players digitais como a Amazon. Hoje, a Amazon está a construir livrarias, tal como a Borders. Pode parecer irónico, mas o facto é que a estratégia de lojas físicas da Amazon está ligada à sua estratégia online.
A Amazon utiliza os seus dados online para recomendar livros, fornecer incentivos à subscrição do programa Amazon Prime e vender dispositivos como o Kindle e o Amazon Echo, com o objetivo de fidelizar os clientes ao seu ecossistema.
Online, a Amazon começou por vender livros e depois expandiu a sua oferta a um vasto leque de items. Será que está a aplicar a mesma estratégia offline? As suas lojas de produtos alimentares indicam isso mesmo!
Quão atrasado está o Facebook na sua missão para mudar o mundo?
Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook, discursou na cerimónia de graduação na Universidade de Harvard, oferecendo aos estudantes uma visão política de envolvimento e de como a geração mais jovem deve abordar os problemas do mundo:
“Hoje, quero falar sobre três formas de criar um mundo onde todos têm uma missão: abraçando, em conjunto, grandes projetos, redefinindo a igualdade para que todos tenham a liberdade para perseguir uma missão, e construindo uma comunidade mundial“.
Nos últimos dois anos, Zuckerberg tem vindo a falar sobre a visão do Facebook de construir uma comunidade global e tornar o mundo num lugar melhor. Porém, para além dos discursos e da visão, o foco estratégico atual parece ser fornecer melhores ferramentas de publicidade para as marcas e captar uma maior percentagem da atenção dos utilizadores. Certamente, o novo laboratório de investigação ligado à neurociência e marketing não se dedica à criação de uma comunidade global.