
DESTAQUES GAFANOMICS® [29/SET/2017]
Por: Joachim Renaudin, analista de projetos na FABERNOVEL INNOVATE Paris
“Destaques GAFAnomics®” é uma compilação dos artigos mais importantes partilhados internamente pela equipa da FABERNOVEL.
Fim da viagem da Uber em Londres
O regulador dos transportes de Londres rejeitou o pedido da Uber de renovação da sua licença para operar na cidade. A autoridade declarou que a Uber não “se enquadra e apropria para manter uma licença de operador de alugueres privado”, dado que falhou: no relato de algumas ofensas criminais; na condução apropriada de inquéritos pessoais; e utilizou a Greyball, um software para evitar que dirigentes públicos tivessem acesso à App e, assim, contornar a lei. A Uber vai recorrer da decisão, caso contrário terá de cessar operações a 30 de setembro.
Londres é um dos grandes mercados para a empresa, onde conta com mais de 2 milhões de clientes e 40 mil condutores. Os efeitos de rede e a vantagem de ter sido a primeira a entrar neste mercado concederam-lhe uma posição dominante em Londres, evitando que a concorrência conquistasse quota de mercado. Na era dos monopólios digitais, trabalhar lado a lado com as autoridades públicas e cumprir as regra será chave.
Google x HTC
A Google anunciou a aquisição de uma equipa de 2.000 engenheiros da HTC, num negócio de 1,1 mil milhões de dólares. Grande parte da equipa que se vai juntar à Google já era responsável pelo fabrico do seu smartphone Pixel e permitirá à gigante passar a ter especialistas em hardware internamente.
Nos últimos 5 anos, a Google concentrou esforços em dispositivos direcionados ao consumidor (Nest, Chromecast, Pixel, Google Home), sem grande sucesso. Este passo pode ser visto como uma estratégia para ganhar maior controlo sob o seu ecossistema de smartphones e da experiência Android, uma vez que passa a desenvolver software e hardware in-house.
Num futuro próximo, é provável que vejamos novas funcionalidades desenvolvidas para a Android, disponíveis primeiro e exclusivamente nos smartphones Pixel. Numa estratégia semelhante à da Apple, a Google vai apostar no software e em funcionalidades inovadoras para vender mais dispositivos de hardware.
Facebook e Amazon querem “engolir” a TV
O primeiro jogo da temporada da NFL (Liga de Futebol Americano) vai ser transmitido na plataforma Amazon Prime Video. Anteriormente, o Facebook já havia fechado acordos para transmitir os jogos da liga de futebol mexicana e, segundo rumores, está a tentar captar os direitos de transmissão de jogos da Premier League e Liga dos Campeões para os próximos anos.
As gigantes tecnológicas (sobretudo Google, Amazon e Facebook) estão, cada vez mais, a lutar por conteúdos exclusivos e em direto de eventos desportivos, para envolver a sua audiência. Depois de conquistar parte das receitas em publicidade à TV, estas empresas estão prontas para “engolir” a TV como um todo.
Para o Facebook, poderá ser difícil capitalizar a audiência e obter o retorno do investimento nos direitos de transmissão, uma vez que os utilizadores acedem gratuitamente à plataforma e a publicidade é a sua grande fonte de receitas.
A estratégia da Amazon é muito diferente: uma vez que os conteúdos são exclusivos aos membros do programa Amazon Prime, a empresa está a tentar captar novas subscrições graças aos conteúdos de desporto em direto.