Michael Arrington, fundador do blog TechCrunch, é das personalidades mais influentes de Sillicon Valley: conhece os empreendedores, as start-ups, os business angels, os fundos de investimento e as relações entre toda a malha da indústria das dot.com.
Mas a personalidade de Michael Arrington é controversa e muitas vezes envolta em polémica. E surgiu uma nova, “Arringtongate”, é mais um episódio que certamente não será o último.
Arrigtongate: é uma história simples 🙂
– Era uma vez, um jovem talentoso que estudou Economia e Direito. Foi consultor e ajudou a lançar diversas start-ups.
– Em 2005, criou um dos blogs mais populares e respeitados nas indústrias de IT, Dot.com, Media e Entretenimento: TechCrunch
– Em 2008, foi considerado pela revista TIME, uma das pessoas mais influentes do mundo. E como a própria Arianna Huffington (que posteriomente veio a ser sua chefe) o descreveu para a TIME, Arrington é conhecido em Silicon Valley como “Tony Soprano – como um homem sempre à beira de perder a calma”
– Em Setembro de 2010, a AOL adquiriu o TechCrunch por 30 milhões de dólares
– Em Fevereiro de 2011, o AOL adquire o blog Huffington Post por 315 milhões de dólares e nomeia Arianna Huffington presidente da nova empresa de conteúdos da AOL -Huffington Post Media Group que passa a integrar todas as propriedades de conteúdos, onde se inclui o TechCrunch.
De imediato, começa o mau-estar entre Arianna Huffington e Michael Arrington.
– Tim Amstrong – CEO da AOL – percebeu que teria de encontrar uma solução para Michael Arrinton. Et voilá, cria-se o CrunchFund, um fundo de investimento de 20 milhões de dólares para ser gerido por Michael Arrinton.
The firm raised its inaugural $20 million fund in September of 2011. Investors in CrunchFund include AOL, Accel Partners, Austin Ventures, Kleiner Perkins Caufield & Byers, Greylock Partners, Redpoint Ventures, Sequoia Capital, the founding partners of Andreessen Horowitz, each of the general partners of Benchmark Capital, Ron Conway, Yuri Milner & Kevin Rose.
Fonte: CrunchBase
E estala uma nova polémica com Arrinton como epicentro. Em causa, a isenção e ética jornalistica que poderia manchar não apenas o TechCrunch, mas toda lógica editorial dos títulos da AOL, numa altura em que ainda está demasiado “fresco” o caso na NewsCorp de Rupert Murdoch.
As declarações de Reid Hoffman, fundador do Linkedin e parceiro do CrunchFund através da Greylock, também não ajudaram. Hoffman assume que o TechCrunch viria a ajudar a promover os projectos e os negócios de start-ups em que o CrunchFund seja investidor.
“Techcrunch will get some real deal flow from entrepreneurs that we would otherwise not see, because they have established a prominent position as the SV/Tech industry information feed. As many tech entrepreneurs read it — both within Silicon Valley and globally — and view the information news feed to be their target for announcing themselves to the world, Crunchfund will have access to deal flow to these diverse and early stage companies. Some of these companies will be the kind of early stage companies with billion-dollar potential that Greylock invests in.”
Fonte: AllThingsD
Tim Amstrong – CEO da AOL – tenta por “água na fervura”, mas deu um “tiro no pé”.
“TechCrunch is a different property and they have different standards. We have a traditional understanding of journalism with the exception of TechCrunch, which is different but is transparent about it.”
Fonte: New York Times
Paul Carr, um dos colunistas do TechCrunch escreveu um post, contestando as afirmações, a falta de jeito e a falta de sensibilidade de Tim Amstrong.
The CrunchFund: Actually, Tim, We Don’t All Have “Different” Standards
(…)
For. Fuck’s. Sake.
(…)
Apanhada de surpresa, Arianna Huffington, desconhecia por completo que o seu subordinado e editor do TechCrunch iria gerir um fundo de investimento. Arianna terá mesmo forçado à saída da posição de editor do TechCrunch. Evitando assim, que a linha editorial dos títulos da AOL pudesse sair manchada.
Kara Swisher, co-editora do AllThingsD – Wall Street Journal, crítica de longa data de Arringhton no programa Bloomberg West da estação de televisão Bloomberg [Video] e num post criticou a falta de ética jornalística e nos investimentos – CrunchFund? Unethical Ventures? Pig Pile Partners? No Matter What You Call It, It’s Business as Usual in Silicon Valley
Michael Arrington, colocou há poucas horas aquele que pode ser o seu último post no TechCrunch com o título “Independência Editorial” onde informa os leitores que propôs ao AOL:
1) Manutenção do TechCrunch no AOL, mas com gestão editorial do Techcrunch independente do Huffington Post, leia-se: “Não quero a Arianna como minha chefe” 🙂
2) Vender o TechCrunch aos antigos accionistas (buyback),leia-se: “Ser independente como nos velhos tempos, e devolvo o dinheiro para me ver livre da Arianna” 🙂
Próximos capítulos? Seguem dentro de momentos 🙂
(…)
Continua em Arringtongate: Espisódio 2