
Nudge, um pequeno empurrão
Um dos principais fundamentos da teoria económica tem sido sempre o chamado Homo Oeconomicus. Ou seja, todas as descobertas são baseadas no pressuposto de que os seres humanos são seres perfeitamente racionais, cujas escolhas são motivadas pela maximização do seu bem-estar. No entanto, todos sabemos que muitas das nossas decisões são completamente irracionais: fumamos, bebemos e comemos fast-food.
Desta constatação nasceu um novo campo da economia: a economia comportamental, e na sua vanguarda esteve Richard H. Thaler, Prémio Nobel da Economia em 2017 e um dos autores do livro que lhe proponho.
Nudge, um pequeno empurrão (2008), co-escrito com o professor de direito Cass Sunstein, examina como os seres humanos fazem realmente escolhas e como este processo pode ser influenciado. Os autores apresentam vários conceitos, entre os quais a “arquitectura da escolha”, a ideia de que o enquadramento, a ordem e a apresentação das escolhas afetam o resultado final; e a ideia aparentemente oximorónica do paternalismo liberal em que as pessoas são livres de fazer qualquer escolha, mas são subconscientemente orientadas para aquela que queremos que façam.
Exemplos famosos de empurrões são, por exemplo, os supermercados que colocam produtos mais saudáveis ao nível dos olhos, ou a decisão do aeroporto de Amesterdão de instalar pequenas imagens de moscas nos seus urinóis para servir de alvo (reduzindo em 80% a falta de pontaria).
Embora o livro tenha sido essencialmente escrito com as políticas públicas em mente, os seus ensinamentos e a mudança para um mindset mais inovador são relevantes para qualquer tipo de negócio, quer seja para melhorar o marketing, o desenvolvimento de produto ou a produtividade dos colaboradores (por exemplo, a crença de Jeff Bezos que ter reuniões de pé torna-as mais rápidas é um exemplo clássico de um nudge).
Um livro interessante para quem quer melhorar a sua experiência de cliente!