
Steve Jobs viveu 200 anos
Steve Jobs é a personalidade sobre quem mais escrevi e comentei ao longo dos anos, porque em cada livro, documentário, série, filme, entrevista há sempre mais uma peça de um puzzle que ajuda a entender a “big picture” da trajetória pessoal e profissional de Steve Jobs.
The Man in The Machine é um filme documentário rico em peças para ajudar a completar este puzzle e o mais emocional que vi sobre Steve Jobs, onde mostra as contradições de personalidade: génio, pirata, implacável, desonesto e cruel.
Tudo isto foi Steve Jobs, em doses diferentes ao longo da sua vida. Mas o lado genial foi gigantescamente superior a qualquer uma das outras e essa genialidade continua viva no nosso dia a dia, com produtos e serviços que se tornaram bens essenciais.
Steve Jobs era um filósofo, um poeta e um missionário apaixonado pelo que fazia. A enorme energia dessa paixão foi o elemento essencial na criação de produtos e serviços que passámos a adorar. A Apple fez o que outros não fizeram, criou produtos tecnológicos com design bonito e amigável, e, por isso, tornou-se a primeira love brand tecnológica.
Neste documentário, são também revelados os dois livros que influenciaram Steve Jobs:
- The structure of scientific revolutions de Thomas S. Kuhn (1962)
- Be here now de Ram Dass (1971)
Dois livros que ajudam a entender como Jobs alinhou, ao longo da sua vida, a ciência e a espiritualidade.
Neste documentário, destaco dois momentos que refletem a personalidade e a intensidade de Steve Jobs. O primeiro mostra Steve Jobs, em 1984, a iniciar a reunião de acionistas com um poema de Bob Dylan. Steve adorava Dylan e isso mostra como interpretava o mundo e como criava produtos tecnológicos que são experiências únicas. É esta “poesia tecnológica” que nos leva a ter uma relação passional com os produtos da Apple.
O segundo momento é o emocional depoimento de Bob Belleville, Diretor de engenharia do Mac de 1982 a 1985. Bob fala da relação com Jobs, do seu trabalho e do impacto que teve na sua vida pessoal, ao longo dos 3 anos que esteve na Apple. Para ele, estes 3 anos foram o equivalente a uma ou duas décadas de experiência e considera que Jobs viveu o equivalente a dois séculos nos seus 56 anos de vida.
Deixo-lhe como sugestão este excelente documentário sobre Steve Jobs: The Man in The Machine.
Pode ver este filme na Apple TV+ ou no YouTube.