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A 2ª Revolução Espacial

Stephane-Distinguin

Stéphane Distinguin
Fundador e CEO do grupo FABERNOVEL

Nova Economia Vs Espaço: novos encontros íntimos

“Nós queríamos carros voadores, em vez disso temos 140 caracteres”.

A frase de Peter Thiel talvez tenha inspirado a A3, o novo centro de inovação recentemente fundado pela Airbus em Silicon Valley, para trabalhar no desenvolvimento de táxis voadores autoguiados.

Apesar do pessimismo de Peter Thiel, a nova economia nunca esteve, literalmente, tão próxima de tremenda disrupção.

Estávamos curiosos para ver como é que os nativos da nova economia, nascidos e criados durante a Era de Apollo, se atreveriam a entrar numa das áreas mais técnicas de sempre: a ROCKET SCIENCE!

Alguns, como a Google, vão criar parcerias com intervenientes do mundo aeroespacial para conectar mais mil milhões de pessoas. Outros, como a SpaceX e a Blue Origin, vão competir frente-a-frente com os players instalados para garantir um acesso mais económico e confiável ao espaço.

Destes encontros, duas coisas são certas: primeiro, os novos players estão a iniciar uma nova Era nos serviços e aplicações no Espaço. Em segundo, as suas ambições não se limitam à proximidade da Terra, vão muito mais além.

Se quer perceber de que forma estes players o vão fazer, ter uma visão mais clara e profunda sobre os novos serviços de próxima geração no Espaço ou apenas saber como conseguir um bilhete para Marte, neste estudo proporcionamos-lhe um roteiro completo de “boleias para o Espaço”.

Resumo do estudo “A 2ª Revolução Espacial”

De uma perspetiva externa, a Era de ouro do Espaço pode parecer fazer parte do passado, devido à Era de Apollo nos anos 60. Mas agora, para alguns empreendedores da nova economia, como Richard Branson (fundador do grupo Virgin), Jeff Bezos (fundador da Amazon) ou Elon Musk (fundador do PayPal, TeslaMotors, Hyperloop e Solarcity), o Espaço está acessível, pronto para ser conquistado e a corrida já começou!

Mesmo que o ecossistema de Silicon Valley tenha como meta as estrelas, os obstáculos técnicos podem constituir uma barreira ao sucesso destes projetos. Por isso, ser capaz de colocar um satélite em órbita e aterrar um foguetão ou atingir múltiplas vezes a fronteira do Espaço com o mesmo foguetão é algo extremamente impressionante. Estes sucessos mediáticos têm atraído um número cada vez maior de investidores: 2,9 mil milhões de dólares foram investidos entre 2000 e 2015, dos quais, só em 2015, foram 1,8 mil milhões.

Uma disrupção está a caminho, fortalecida pelas mudanças profundas no setor que tornam plausíveis sonhos antigos, como uma constelação de satélites e foguetões reutilizáveis. Por um lado, as agências espaciais focam-se, agora, no aconselhamento; por outro, torna-se mais fácil aceder a recursos e infraestruturas.

Os players instalados tranquilizam os seus clientes, avessos ao risco, através da produção de um menor número de designs sofisticados, personalizados e de elevado custo, com um grande ênfase na qualidade, de forma a assegurar um elevado tempo de vida útil. Os novos players prometem resiliência, graças a infraestruturas distribuídas de um elevado número de satélites de custo reduzido. Para fazê-lo, estes pioneiros utilizam o design thinking e outras metodologias inspiradas por startups. Estes novos players utilizam tecnologias de outros setores, mantendo um espírito de “maker” e captam informação no terreno, sendo que  cada uma das versões de produtos é concebida com o objetivo de concretizar um Produto Mínimo Viável. Sendo os primeiros utilizadores dos seus próprios produtos, os novos players garantem que a infraestrutura que constroem é centrada no utilizador e não na tecnologia. Com isto, abrem portas à próxima geração de empreendedores e à criação de aplicações espaciais (algumas delas podem parecer ficção científica).

O projeto de Elon Musk para construir uma colónia em Marte tem por base estes princípios. A sua empresa, a SpaceX, parece estar um passo à frente da concorrência com o seu diário de bordo extenso, com tremendas conquistas tecnológicas com e a prometida integração vertical com a constelação de satélites que será uma realidade brevemente. Contudo, existem alguns obstáculos técnicos a ultrapassar, tais como a concepção de um foguetão suficientemente forte ou provar a sua capacidade para ir a Marte e regressar.

A nossa convicção é de que, sozinhos, poderão não ser capazes de reunir os recursos necessários para construir de raíz uma colónia sustentável com casas seguras, produção de alimentos adaptada e processos que garantam baixo consumo de recursos. Quando percebemos os atuais benefícios de anteriores programas espaciais, ficamos convencidos de que os players que estão a abordar estes temas estarão um passo à frente para colher os frutos da conquista do Espaço nos mercados em que já atuam.

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