
Nikolay Storonsky (Revolut): “Queremos ser a Amazon dos serviços financeiros”
A Revolut nasceu em 2015 no Reino Unido e, em três anos, conquistou 3 milhões de clientes, incluindo em Portugal. É uma das startups que tem crescido mais rápido na Europa: tornou-se uma empresa “unicórnio”, em abril de 2018, passando de uma valorização de 350 milhões de dólares para 1,7 mil milhões de dólares em menos de 6 meses.
Durante a Web Summit, entrevistámos Nikolay Storonsky, co-fundador e CEO da Revolut, que partilhou com o SuperToast a visão da empresa para transformar os serviços financeiros.
A Revolut está a tornar-se uma one-stop-shop de serviços financeiros, integrando pagamentos, levantamentos sem comissões, seguros, plataforma de investimentos… Como é que escalaram o negócio tão rápido?
Não sei… fomos tentando, falhando e voltando a tentar, mas fizemo-lo muito rápido. É tão simples quanto isso. O tempo é crucial para entrar no negócio e operar. É muito importante falhar e aprender. Se não estivermos a aprender permanentemente não vamos chegar a lado nenhum, portanto a minha estratégia é aprender com os erros.
Qual é a visão da Revolut a longo prazo para transformar esta indústria?
Queremos criar a maior empresa de serviços do mundo, fornecendo todos os serviços financeiros que as pessoas necessitam. Queremos fazer com os serviços financeiros o mesmo que a Amazon faz no retalho.
Para cumprir esta missão, têm vindo a adicionar vários serviços. Que novidades podemos esperar?
Para já, uma plataforma de investimentos, sem comissões, e também um robo-advisor.
A Revolut fez uma parceria com a Lending Work para integrar empréstimos peer-to-peer (entre 500 e 5.000 libras) na App. Têm intenções de desenvolver a vossa própria oferta?
Temos uma equipa que está a trabalhar na oferta de crédito para empresas e retalho, há cerca de um ano. Assim que recebermos a licença bancária que solicitámos, vamos fazer all in no crédito para consumidores e também para empresas.
Quais são os planos de crescimento?
Continuar a melhorar, conseguir ter o melhor serviço financeiro do mundo e ganhar escala.
Planeiam captar mais investimento?
Para já não, mas talvez no futuro, vai depender da velocidade a que conseguirmos andar. Provavelmente, será um mix de investimento de capital de risco e crowdfunding.
Qual será o papel dos bancos e instituições financeiras no futuro?
Penso que os bancos tradicionais vão morrer, talvez dentro de 5-10 anos. O mundo não precisa de tantos bancos e de prestadores locais de serviços. O mundo precisa de algo semelhante à forma como as pessoas utilizam a Amazon. Penso que o mesmo vai acontecer na banca.
Quais são os principais entraves destas empresas?
A burocracia e o facto de terem as pessoas erradas a liderá-las. É muito difícil mudar os processos e as pessoas.
Como será o futuro dos serviços financeiros?
Nos próximos 5 anos, tudo será, obviamente, feito através de uma App. Vão existir aplicações com ligação a um grande conjunto de produtos, banca inteligente, etc.
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