
Metaverso: Dos óculos em cartão para gémeos digitais
Porque é que o metaverso, ou a experiência tridimensional, é tão desejado? Porque é mais próximo do espaço onde nos movemos e, por isso, mais natural do que as duas dimensões dos nossos ecrãs.
Este desejo não é de hoje. Os mais seniores lembram-se certamente da primeira experiência imersiva em 3D, emitida pela RTP em 1985. Os óculos de cartão com películas azul e vermelha esgotaram nas papelarias onde estavam à venda e, naquela noite, a maioria dos portugueses estavam sentados em frente à TV para satisfazer a curiosidade de uma experiência imersiva. O filme “Monstro da Lagoa Negra” trazia a novidade do 3D, mas era a preto e branco e isso deixou alguma frustração a alguns espectadores, apesar de naquela altura as televisões a cores serem ainda uma novidade.
Em 1985 eu era uma criança, mas guardei na memória essa experiência. Lembro-me de ter adorado ver pedras a saírem do ecrã, a entrarem na sala, e de as tentar apanhar com as mãos. 🙂
Esta foi a minha primeira (e julgo que para a maioria dos portugueses) experiência imersiva.
Hoje, a experiência nas plataformas de metaverso é muito rica e envolvente e os óculos de realidade virtual e realidade mista melhoram substancialmente a cada ano.
A Meta, em particular, tem dado um enorme contributo, fruto do investimento de 10 mil milhões de dólares por ano no desenvolvimento da sua plataforma, software e hardware. Os recentes óculos Meta Quest 3, já com realidade mista, deram um salto enorme em termos de qualidade e de experiência (comparando com os anteriores Meta Quest 2).
Deixo-lhe aqui um vídeo do jogo “First Encounters” em realidade mista, para entender este tipo de experiências imersivas.
E o que podemos esperar mais no futuro?
Foi isso que o podcaster Lex Fridman teve oportunidade de experimentar e de partilhar numa entrevista, feita no metaverso, a Mark Zuckerberg. Neste entrevista, podemos ver o realismo que teremos em breve numa conversa. Com um simples scan ao nosso corpo, é criado um avatar, que é um verdadeiro gémeo digital, e os óculos captam todos os movimentos e expressões faciais.
E como será a interseção entre metaverso e inteligência artificial?
Vale mesmo a pena ver e ouvir a entrevista de Lex Fridman a Mark Zuckerberg e perceber porque é que, em breve, teremos uma massificação de óculos de realidade virtual e mista.
E como será viver no metaverso depois da morte?
Como explica Mark Zucherberg, teremos gémeos digitais que vão responder como se fossemos nós. Mesmo quando já não estivermos vivos, os nossos avatares vão garantir a nossa eternidade. E como este futuro está tão perto, é muito provável que sejamos a primeira geração “imortal”. A série Upload da Amazon Prime dá-lhe uma antevisão divertida sobre essa possibilidade.
Vemos-nos no metaverso? 🙂