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Porque é que a Priceline adquiriu o Momondo?

supertoast-profile O grupo Priceline adquiriu o grupo Momondo por 550 milhões de dólares para ganhar maior escala na Europa e entrar em mercados nos quais tem tido maior dificuldade.

supertoast-profile A aquisição surge numa altura em que se verifica uma maior consolidação do mercado e outros rivais na área de meta-pesquisa estão a ficar mais poderosos, sobretudo o Google.


O grupo Priceline adquiriu o grupo Momondo por 550 milhões de dólares. Esta aquisição está, sobretudo, ligada à força da marca Momondo e à audiência que captou e não tanto com valências a nível tecnológico.

O norte-americano Kayak, detido pela Priceline, tem vindo a expandir-se internacionalmente, sendo uma marca forte em França, Espanha e Alemanha (através do Swoodoo). No entanto, no Reino Unido e nos países nórdicos não tem sido tão bem sucedido, pelo que esta aquisição do grupo Momondo será um apoio para crescer nestes mercados e também na Rússia.

As duas marcas do grupo Momondo, a Momondo e a Cheapflights estão presentes em 35  e  20 mercados, respetivamente.

  • Entre os benefícios mais óbvios desta compra está o facto da Cheapflights poder ajudar o Kayak no Reino Unido (casa do Skyscanner) e o Momondo nos países nórdicos, uma vez que é o site de meta pesquisa líder de mercado.
  • O Kayak ganha maior escala na Europa e capta o Momondo, que é uma marca forte que lhe dá mais argumentos para concorrer com a Google (que através do seu algoritmo dá preferência aos seus sites de pesquisa de voos e hotéis): segundo o grupo Momondo, 40% do seu tráfego é direto, graças a uma aposta na personalização e fidelização dos utilizadores.
  • Com este passo, o grupo Priceline põe de parte a possibilidade de um concorrente avançar para a aquisição do grupo Momondo. Isto numa altura em que se verifica uma maior consolidação do mercado e outros rivais na área de meta-pesquisa estão a ficar mais poderosos.

A chinesa Ctrip adquiriu o site de meta pesquisa de voos Skyscanner  que tem uma forte posição na Europa e está a crescer na Ásia; o Trivago (marca da Expedia) entrou em bolsa; e o Airbnb está a avançar com o seu serviço de reservas de voos para “captar” toda a experiência de viagem.

Ameaça da Google

Também a Google tem intensificado esforços no campo das ferramentas de pesquisa de voos e hotéis. A pesquisa pelo termo “Google Flights”, nos Estados Unidos, ultrapassou as de tradicionais de meta pesquisa de viagens, como o Kayak, Skyscanner e Momondo.

No entanto, existem algumas variáveis a ter em conta no posicionamento da Google neste setor:

  • A Google capta uma receita significativa com a publicidade dos sites de viagens –  Priceline, Expedia e TripAdvisor representaram uma receita de mais de 12 mil milhões de dólares, no ano passado. Logo, favorecendo os resultados do Google Flights, a Google pode incentivar as agências de viagens online a investir em publicidade noutras plataformas, como o Facebook.
  • A força do mobile pode ser o maior impulsionador dos resultados do Google Flights – perto de 40% de todos os visitantes dos sites de viagens, nos EUA, provêm de dispositivos móveis. Esta procura pelo Google Flights poderá estar relacionada   com a experiência sem “atrito” proporcionada pela Google: ao favorecer os resultados do Google Flights, os utilizadores acedem à informação em menos cliques.
  • Google, agência de viagens online? – A Google poderá não querer afugentar grandes anunciantes, posicionando-se, inicialmente, como uma “ponte” neutra entre consumidores e companhias aéreas, mas à medida que intensifica a sua aposta na área dos voos e hotéis (Google Destinations, Google Trips, Google Flights, etc.) pode, a longo prazo, tornar-se concorrente da Expedia e Priceline e conquistar quota de mercado.

O Google Flights é um dos grandes candidatos à disrupção na “distribuição” da oferta das companhias aéreas, elevando a experiência de reserva para outro nível: fornecimento de conteúdos ricos, voos mistério com base naqueles que têm maior popularidade e no histórico de pesquisa do utilizador, elevada rapidez de resposta, etc.

A Google está já a “intercetar” pesquisas que incluem o nome de uma companhia aérea.

googleflights

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